Svarog - Deus Eslavo da Criação, do Fogo Celestial e do Ferreiro

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Stephen Reese

    Svarog era um deus criador eslavo, que reinou sobre todos os aspectos da criação, incluindo os espíritos dos mortos. O nome Svarog é derivado da palavra sânscrita, Svarg que significa céu. Como o nome sugere, Svarog presidiu aos céus e reinou sobre todas as divindades eslavas. Ele é o equivalente eslavo de Hephaestus o deus grego do ofício e do fogo.

    Vamos dar uma olhada de perto em Svarog, a divindade criadora eslava.

    Origens do Svarog

    Svarog foi adorado pelos eslavos durante a sua transição para a Idade do Ferro. Várias tribos eslavas viram Svarog como um campeão dos avanços tecnológicos, e acreditava-se que ele tinha criado o universo com o seu martelo.

    Muito do que sabemos sobre Svarog é derivado do Hypatian Codex, um texto eslavo traduzido das obras de John Malalas. Pesquisadores e historiadores que leram o Hypatian Codex, chegaram ao entendimento de que Svarog era a divindade do fogo e do ferreiro.

    Svarog e o Mito da Criação

    Em mitos eslavos, folclore e tradições orais, Svarog foi retratado como a divindade criadora.

    Num conto, um pato descobriu a pedra mágica de Alatyr e levou-a no seu bico. Quando Svarog viu o pato segurando a pedra, percebeu os seus poderes e potencial. Svarog aumentou então o tamanho da pedra, para que o pato a largasse. Uma vez que o pato largou a pedra, transformou-se numa grande montanha. Este lugar tornou-se um centro de conhecimento, e até continha o poder de mediarentre Deuses e mortais.

    Como a pedra carregava poderes mágicos tão intensos, Svarog procurou destruí-la. Ele tentou estilhaçá-la com o seu martelo, mas não importava quantas vezes ele batia, ela não se rompeu. Como resultado do contato, porém, surgiram faíscas, das quais nasceram outros deuses e deusas.

    O pato testemunhou estes acontecimentos e transformou-se numa serpente maligna. Em seguida, empurrou a pedra para o mundo mortal. Ao cair, a pedra atingiu o chão e criou uma infinidade de faíscas escuras. Estas faíscas criaram forças malignas, que se juntaram à serpente e apagaram o sol. Antes que fosse tarde demais, porém, Svarog interveio e domou a serpente. O animal foi então usado como ferramenta para araros campos férteis.

    Svarog e Dy

    Um mito eslavo relata o encontro entre Svarog e Dy, o deus do trovão. Um dia, quando Svarog se banqueteava no seu palácio, os seus guerreiros entraram. Foram muito espancados e atacados pelos gigantes de Dy.

    Furioso com isso, Svarog reuniu seu exército e foi para as montanhas Urais, onde Dy viveu. Seus soldados derrotaram o exército de Dy e trouxeram a vitória. Após a derrota, o filho de Dy, Churila ofereceu seus serviços ao Svarog. Quando Churila estava se banqueteando com os vencedores, a deusa eslava Lada, começou a se apaixonar pela sua boa aparência. Svarog imediatamente reconheceu sua loucura e a advertiu.

    Svarog e os Céus

    Svarog presidia o Svarga Azul, um lugar no céu, onde residiam as almas falecidas. Este era um lugar importante para os eslavos, e acreditava-se que as estrelas dentro do Svarga Azul eram olhos de antepassados, que olhavam para o povo eslavo.

    Os Símbolos de Svarog

    Svarog está principalmente associado a dois símbolos, o Kolvrat e a suástica eslava.

    • Kolvrat

    O Kolvrat é uma roda giratória e um símbolo eslavo de poder espiritual e secular. Este símbolo era principalmente mantido pela divindade criadora ou ser supremo.

    • Suástica

    O eslavo Suástica era um símbolo do tempo cíclico e representava os processos de nascimento e morte. Este símbolo era o mais sagrado de toda a religião eslava.

    As Contribuições de Svarog para a Humanidade

    Svarog foi venerado e adorado pelas suas numerosas contribuições para a humanidade. Ele criou um mundo mais ordenado e organizado.

    • A estabelecer a ordem: Svarog estabeleceu a ordem no mundo ao eliminar o caos e a confusão. Ele também introduziu o conceito de monogamia e compromisso familiar.
    • Comida: Svarog ensinou aos humanos como fazer alimentos a partir do leite e do queijo. É por isso que os eslavos rezavam antes de consumir produtos lácteos, pois pensavam nisso como uma bênção do deus.
    • Fogo: Svarog deu ao povo eslavo o dom do fogo, com o qual eles podiam combater o frio, e cozinhar suas refeições.
    • Ferramentas e Armas: Svarog dotou os eslavos com um machado para proteger suas terras dos inimigos. Ele também lhes forneceu uma tenaz para criar armamento forjado.

    A Adoração de Svarog

    Svarog era adorado por toda a antiga Eslavónia, e os historiadores apontaram vários templos e santuários construídos em sua honra. Segundo um escritor, os exércitos colocariam as suas bandeiras de guerra nesses templos após a batalha, e animais e humanos seriam sacrificados para venerar o deus.

    Os Eslavos do Sul não adoravam Svarog diretamente, mas veneravam seu filho, Dazbog, a divindade solar. No entanto, sua popularidade foi logo diminuída pelos Vikings russos, que deslocaram o culto e a adoração de Svarog.

    Svarog em Tempos Contemporâneos

    A adoração de Svarog tem aumentado nos tempos contemporâneos com a ascensão dos Neo-pagãos. Os Neo-Pagãos têm tentado reavivar as crenças eslavas e distanciar-se de outras religiões. Alguns Neo-Pagãos também escolheram Svarog como seu ser supremo.

    Em resumo

    Svarog foi uma importante divindade criadora das crenças eslavas. Embora muitos dos seus mitos se tenham desgastado com o passar do tempo, as culturas contemporâneas despertaram um novo interesse e renascimento da divindade.

    Stephen Reese é um historiador especializado em símbolos e mitologia. Ele escreveu vários livros sobre o assunto e seu trabalho foi publicado em jornais e revistas em todo o mundo. Nascido e criado em Londres, Stephen sempre teve um amor pela história. Quando criança, ele passava horas se debruçando sobre textos antigos e explorando antigas ruínas. Isso o levou a seguir uma carreira em pesquisa histórica. O fascínio de Stephen por símbolos e mitologia decorre de sua crença de que eles são a base da cultura humana. Ele acredita que, ao entender esses mitos e lendas, podemos entender melhor a nós mesmos e ao nosso mundo.